“É possível ter uma estratégia de nutrição animal de baixo custo, desde que sejam avaliados os custos com suplementação dos animais no pasto (ponto de equilíbrio) e/ou quando o suprimento de forragem disponível é limitado”.
Essa defesa é de Rodrigo Anselmo, profissional com experiência há mais de 15 anos nas áreas técnica e comercial no segmento de nutrição de ruminantes.
Formado em Zootecnia e com especialização em Pecuária Leiteira, Rodrigo Anselmo é responsável técnico da Nutratta. Desde 2014, o profissional atua também como formulador e coordenador de desenvolvimento de produtos, treinador de equipes comerciais e presta consultoria técnica a grandes contas da companhia.
Ele tirou alguns minutos para conceder uma rápida entrevista ao blog. Como você vai ver a seguir, o especialista discorreu sobre os desafios que os produtores enfrentam em relação à alimentação e nutrição do gado em regime de corte.
Acompanhe!
Blog Nutratta — Quais são os maiores desafios dos produtores que possuem bovinos em regime de pasto?
Rodrigo Anselmo — São vários os desafios que os criadores enfrentam para produzir os animais a pasto, dentre eles podemos destacar os seguintes: a oscilação climática que acontece na maior parte do Brasil central ao longo do ano, sendo essas mudanças reconhecidas como fatores determinantes na curva de crescimento dos animais (divididos em períodos das águas e seca). Além disso, as áreas de pastagens já estabelecidas a anos terão que passar por recomposição parcial seja de reserva legal ou APP (área de preservação permanente) para atender as legislações vigentes, ou seja, o produtor tem que abrir mão de terras utilizada para produção de carne para atender a legislação vigente. Outro ponto é com relação a valorização de terra, pois, com chegada de outras culturas que tenham sido remuneradas, cada vez, mais o proprietário de terra tem pressionado a pecuária abrir mão de terras para outras culturas, como o café.
B.N. —Falando, dos animais em si: tem também o desafio de superar a falta de nutrientes na alimentação….
R.A. — Exatamente. Este é um desafio constante para os produtores. O gado em regime de pasto, principalmente na estação seca, costuma sofrer com a falta das fibras essenciais que só só conseguida na pastagem. Também proteínas, energias e minerais devem ser repostas em algum momento pelo produtor, pois a pastagem pode não ser suficiente.
B.N. — De que forma o produtor consegue avaliar quais são os nutrientes que ele deve repor?
R.A. — Vários critérios podem ser utilizados para avaliar quais os nutrientes estão deficientes na forrageira. Logicamente, a ajuda de um profissional especializado também pode ajudar, mas, por conta própria, é possível, por exemplo, fazer análise gramatológica do pasto (que é a verificação da quantidade de nutrientes presentes), a observação de queda no desempenho animal (ganho de peso, fertilidade, entre outros exemplos), o surgimento de doenças e, em casos mais graves, a mortalidade.
B.N — E a suplementação proteico/energética, que vem se popularizando? O que é exatamente e quais benefícios ela oferece ao produtor?
R.A. — A suplementação proteico/energética é uma ferramenta que permite corrigir dietas desbalanceadas, melhorando o ganho de peso do animal, a conversão alimentar e reduzindo os ciclos da pecuária de corte.
Em alguns experimentos científicos, comprovou-se, entre outras coisas, que é possível promover um ganho adicional entre duzentos e trezentos e cinquenta gramas por dia com uma dieta composta por suplementos proteico/energéticos.